Descrição
Segundo FUNASA (2009), as doenças de maior ocorrência entre as populações indígenas são resultantes da falta de saneamento básico, o qual apresenta baixo índice de atendimento, em Santa Catarina, tanto individual quanto centralizado. Como nos relata o Cacique da Aldeia Indígena Mbyá-Guarani Tekoá V’ya (“Aldeia Feliz”), localizada em Major Gercino, Santa Catarina, “a comunidade vive grandes dificuldades decorrentes da falta do abastecimento de água” (QUILLFELDT, 2021).
Conforme Silva (2020), com apresentando dados fornecidos pelo Distrito Sanitário Especial Indígena – Interior Sul (DSEI-ISUL), 25% da população indígena de Santa Catarina não possui um sistema de tratamento de água para consumo, e apenas 2% têm água fornecida pela concessionária. Ainda, 4% têm seu efluente lançado diretamente no terreno, 10% possuem fossa seca e 86% fossa séptica. Além do mais, os técnicos do DSEI consideraram o estado de conservação desses sistemas como “ruim”, devido à falta de limpeza e manutenção desde a instalação, em todas as aldeias de Santa Catarina (SILVA, 2020).
Considerando as diversas ações que o departamento de Eng. Sanitária e Ambiental vem desenvolvendo no âmbito do saneamento em aldeias de Santa Catarina, o presente projeto visa agregar e coordenar tais estudos nos moldes de um projeto “guarda-chuva”, integrando trabalhos de conclusão de curso, teses e dissertações. As ações envolvem: i) Diagnósticos das condições de saneamento em aldeias de Santa Catarina; ii) Análises de alternativas tecnológicas sociais para o saneamento básico; iii) Monitoramento ambiental; iv) Governança da água.
Para isso o projeto desenvolverá ações em parceria com a ONG Engenheiros sem Fronteiras (ESF) e com a SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena), as quais contam com visitas in loco para inspeções e diagnósticos, entrevistas com as lideranças indígenas e a proposição de projetos e soluções que se adequem às condições socioculturais das aldeias. O projeto conta com o protagonismo e experiência do NEAmb (Núcleo de Educação Ambiental – ENS/UFSC) e com alunos de graduação e pós-graduação (PPGEA) integrando o recente desafio de curricularização da extensão. Com isso espera-se a melhoria das condições sanitárias das populações indígenas, bem como a governança do saneamento e o empoderamento para a gestão das águas e efluentes.
